segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Na janela da lembrança
Revejo o tempo passar...
Na cortina da esperança
Ainda espero te encontrar.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

O tom que eu não encontrei

Procurando tons na vida
Os mais raros encontrei
Mas minha alma enternecida
Busca um tom que não achei.



Encontrei no cor-de-rosa,
Tom do belo alvorecer,
A balada maviosa
Da alegria de viver.



A cor verde da esperança,
E o azul puro do ideal.
O tom lilás da lembrança,
De um amor em seu final.



O branco achei na verdade,
Tão alvo como o luar.
E a cor vã da falsidade
Que é parda para enganar.



Senti a inveja amarela,
Desbotada e sem calor.
E em tons de suave aquarela
A profundeza do amor.



Encontrei a cor do ciúme,
Do ódio e da ingratidão.
E o dourado forte lume
Que ilumina uma paixão.


Achei na roxa saudade,
Cor do triste entardecer,
A doçura e a suavidade
De um eterno reviver.



Mas entre as diversas cores,
Uma só não encontrei.
Nem entre os mil tons de flores,
Nem nas nuvens que eu fitei.


E sentindo a alma dorida
Ansiosa ante os olhos teus,
Antevendo a despedida
Triste busco a cor do adeus.



Procuro por um tom frio
Uma cor morta e gelada.
Em vão. Encontro o vazio
E a transparência do nada!

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Trovas

Que lição de amor profundo
Aos homens legou Jesus
Trocando os sonhos do mundo
Por três cravos e uma cruz!

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Flores Raras

Tu sabes que venho de longe, percorri os mais estranhos caminhos e pisei por tantas terras estranhas apenas para poder trazer-te -- e com que alegria eu o faço! -- as raras flores que por esses caminhos consegui colher. Elas estão todas aqui, e por mais caminhos que eu tivera pisado, por mais montanhas e vales que eu houvesse cruzado, todas elas não murcharam.

Tu sabes -- eu o sei -- que essas flores que te trago são imperecíveis, não fossem elas, as eternas flores do coração. Trago-te aqui uma braçada das melhores que pude recolher por todos esses caminhos. Os caminhos da vida...Onde eles começam, e onde eles terminam? Não é a vida imperecível como a alma? Ela não se repete todos os dias e todos os instantes?

É nessa repetição diária de todas as coisas que ela é imortal, e sendo imperecível é que tu fizeste dela a maior glória de tua pequena existência, porque sempre puzeste em tudo que fizeste a terna chama do amor...

à minha pequena Marina com todo o amor do Papai
20 de julho de 1961

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Trovas

Se existisse um testamento
Em forma de doação,
Faria num só momento,
Ser teu, o meu coração.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Esperar - angústia lenta
Que nos faz sofrer, chorar
Angústia maior aguenta
Quem não tem quem esperar.